"Não há nenhum edifício que caia por ter uma fenda", mas, com "várias fendas dentro de um edifício", se vier "um pequeno sismo ele cai", afirmou, em declarações aos jornalistas à margem da Universidade de Verão do PS, que está a decorrer em Évora,.Para o antigo ministro da Saúde (de 2001 a 2002 e de 2005 a 2008), Portugal, neste momento, não precisa "de fendas", nem de "fraturas ou sismos".."Há um Governo com maioria absoluta, através de uma coligação" e Portugal, perante Bruxelas e os aliados externos, precisa de "mostrar" que é "realmente um país governável".."E o que estão, infelizmente, as forças ligadas à coligação a dar sinal, é de que parece que não somos um país governável", argumentou.."Pelos vistos, está a beliscar a coligação, ao ler as declarações de [Paulo] Portas", disse, aludindo a uma notícia publicada hoje pelo semanário Expresso..O líder do CDS afirmou ao jornal que, em matéria da RTP, "vai ser preciso fazer um esforço para recuperar o sentido de compromisso que o PSD e o CDS demonstraram quando negociaram o programa do Governo".."É evidente que ele [Portas] não deve ficar satisfeito com esta instabilidade, insegurança e intranquilidade e, realmente, o país também precisa, e PS também precisa, que o Governo esteja tranquilo", afiançou o socialista Correia de Campos..Ainda assim, considerou, a morte é o "destino natural" de qualquer coligação e "a questão mede-se no tempo da sobrevivência", enfatizou, frisando: "Se houver boa governação, a coligação não precisa de cair nem de se fraturar"..Retomando a questão da RTP, o antigo governante realçou que já surgiram "quatro opiniões diferentes de pessoas próximas do Governo ou da coligação governativa", o que é "um sinal de desorientação".."Acho que é uma infantilidade política, é uma inexperiência política, uma tática de 'toca e foge', de atirar a 'bomba' e fugir para aqui ou para ali e deixar alguém a tomar conta dos 'cacos', acho que isto não é sério", argumentou..Aparentemente, acrescentou, "cada um pensa pela sua própria cabeça" e, no final "há de vir, certamente, Passos Coelho apagar os pequenos incêndios"..Considerando o cenário de concessão da RTP "um tremendo disparate", Correia de Campos defendeu que os portugueses deviam ser ouvidos, mas também se mostrou convicto de que este "não é um problema" que os preocupe neste momento.."Este problema é artificial, podia surgir agora como podia surgir noutra altura", e o que os portugueses querem é ver resolvidas questões como "o desemprego, a falta de crédito para as pequenas e médias empresas, os impostos excessivos".